Como previamente dito em nossa proposta, nosso trabalho está sendo desenvolvido em cima de visitas periódicas a empresas de produção cultural de Belo Horizonte e região. Estreitando um pouco mais o escopo do projeto, resolvemos focar em uma comparação em termos de rotina de produção e divisão de funções, entre um coletivo pequeno e duas produtoras gigantes da área. Nessa primeira quinzena, nos dedicamos a fazer os primeiros contatos com grandes empresas e tivemos a oportunidade de participar de um evento produzido por um Coletivo de Lagoa Santa-MG, e conhecer um pouco mais sobre a produção colaborativa.
Alguns integrantes do Coletivo Calcariu
Quanto às empresas maiores, conseguimos um ótimo contato com a produtora “Nó de Rosa”. No entanto, como estamos bem próximos a um grande evento que eles irão realizar na próxima semana, nos pediram para agendar a visita para após o dia 4 de maio. Quanto à outra produtora grande, a Malab, passamos a quinzena em busca de conseguir um contato concreto que pudesse facilitar a nossa conversa com eles. Finalmente, conseguimos uma resposta e estamos terminando de nos organizar para, então, agendar uma visita.
Já para a próxima semana, teremos um encontro com um profissional da área, hoje empregado da Casa da Música.
Produção colaborativa – Coletivo Calcariu
Sobre o Coletivo: Foi criado por jovens artistas de Lagoa Santa – MG com o propósito de agitar a cena cultural da cidade. Com um orçamento baixo, logo nos primeiros meses de existência o Coletivo conseguiu realizar um festival de pequeno porte, na praça central de Lagoa Santa, marcando presença e mostrando a que veio. Em 2013, com mais de dois anos de estrada, o grupo vem crescendo cada vez mais e conseguindo produzir eventos estruturados para grandes públicos.
Divisão de tarefas:
O Coletivo Calcariu conta com dez membros fixos e recebe a ajuda de outros tantos amigos e artistas da cidade nos momentos de grande demanda. Nenhum membro é assalariado, todos fazem pela vontade de mudar a cultura local. Não existe hierarquia dentro do grupo, cada um é tão chefe ou tão colega quanto o outro. Tanto para eventos pequenos, como as Quintas Culturais (shows de artistas independentes em um bar da cidade), quanto para os de maior porte, como o Festival Mamute, todos fazem um pouco de tudo. A divisão das tarefas é dada em reuniões, e todos são responsáveis por parte da produção, da divulgação e do recolhimento de patrocínio.
Para a montagem da estrutura e parte técnica dos shows, o grupo conta com a ajuda da prefeitura municipal e de um dos parceiros do Coletivo que faz a montagem de palco, iluminação e som cobrando um valor simbólico.
O evento:
Antes do evento
No evento Lagoa Interativa, pudemos observar o ritmo de produção do grupo. Todos trabalham sem parar para conseguir apresentar um resultado legal, e como não são de todo profissionais, acabam enfrentando alguns problemas. No entanto, não houve nenhuma ocorrência grave e o evento foi considerado bem sucedido. Para o registro e cobertura, o Coletivo convidou alguns voluntários que colaboraram fotografando e postando nas redes sociais em tempo real o que acontecia ao longo do evento.
O Lagoa Interativa contou com uma exposição de lendas da cidade reescritas por crianças e adolescentes, prática de esportes radicais, como slackline e skate, uma mesa de discussão sobre a relação do cidadão com a lagoa e três apresentações. Os shows ficaram por conta do grupo de rap Crime Verbal, da banda Absinto Muito e do Favela Groove.
Considerações:
A observação e participação em um evento organizado por um Coletivo foi de grande valia para nosso trabalho. Pudemos ver como se dá a produção dentro de uma lógica colaborativa, onde todo o trabalho é divido igualmente entre os membros, e onde se pode contar com ajuda por todos os lados, de pessoas interessadas realmente em contribuir por uma cena cultural mais interessante na cidade. Foi bacana também observar os contratempos, ver que eles existem tanto em grandes quanto em pequenos eventos e como se pode contorná-los sem muitos recursos financeiros.
O Lagoa Interativa contou com uma exposição de lendas da cidade reescritas por crianças e adolescentes, prática de esportes radicais, como slackline e skate, uma mesa de discussão sobre a relação do cidadão com a lagoa e três apresentações. Os shows ficaram por conta do grupo de rap Crime Verbal, da banda Absinto Muito e do Favela Groove.
Considerações:
A observação e participação em um evento organizado por um Coletivo foi de grande valia para nosso trabalho. Pudemos ver como se dá a produção dentro de uma lógica colaborativa, onde todo o trabalho é divido igualmente entre os membros, e onde se pode contar com ajuda por todos os lados, de pessoas interessadas realmente em contribuir por uma cena cultural mais interessante na cidade. Foi bacana também observar os contratempos, ver que eles existem tanto em grandes quanto em pequenos eventos e como se pode contorná-los sem muitos recursos financeiros.
Marina e Luíza, ótima a escolha por trabalharem um Coletivo e uma grande produtora como objetos comparativos que atuam em escala e com métodos diferentes. Enquanto eu lia o texto, pensei se não seria interessante caso vocês conseguissem o contato de uma produtora e de um evento de grande porte realizado em Lagoa Santa, a fim de poderem desenvolver análises comparativas com o evento promovido pelo Calcariu. Assim, poderiam ser notados modos de abordagem e uso do espaço local distintos.Nesse sentido, poderiam ser desenvolvidas reflexões sobre como a própria dinâmica administrativa municipal interfere no processo de promoção de eventos, através, por exemplo, de mecanismos de Leis e Editais de incentivos à cultura. Eventos como o "Lagoa Interativa" apresentam um caráter de democratização do acesso cultural e ações de visibilidade para produções locais... Seria uma ótima alternativa para o Coletivo Calcariu utilizar esses mecanismos para captar fundos para os projetos do grupo.
ResponderExcluirGostei muito da proposta de vocês e achei super interessante a ideia de trabalhar comparação entre grandes produtoras e um coletivo menor. A natureza de produção de ambos é bem distinta e deve proporcionar reflexões interessantes e melhor percepção da área, o que é ótimo, já que vocês têm interesse em seguir esse rumo profissionalmente. Acho interessante explorar essa questão que a Laís sugeriu, de abordar a parte de leis de incentivo à cultura, já que tantos eventos legais ocorrem a partir delas. Também acho legal essa contraposição de cenário cultural BH/Lagoa Santa, que pode gerar percepções de público diferentes. Estou ansiosa para acompanhar o desenvolvimento do trabalho de vocês.
ResponderExcluirAchei muito interessante o tema, e principalmente a ideia de acompanhar o evento. Não há jeito melhor de compreender um projeto do que fazer parte dele, né?
ResponderExcluirAo mesmo tempo que acredito que a comparação seria mais correta se a produtora de grande porte atuasse em Lagoa Santa, acho interessante a diferença de cidades, pois pode destacar a influência da prefeitura, do tamanho da cidade e até do público. Seria interessante, talvez, pegar no histórico de uma das duas (ou, se for o caso, das duas) produtoras, algum evento que já realizaram ou tentaram realizar em outra cidade, para entender as dificuldades de cada local.
Fico feliz que conseguiram o contato com a Malab. É uma excelente produtora, que já organizou eventos muito bons em BH. Aguardo a próxima postagem, e tenho certeza que o resultado do projeto vai ser muito interessante.
Adorei, meninas! Acho essa produção coletiva muito legal (inclusive, renderia até um projeto só sobre isso). Ótimo ver pessoas se unindo com o objetivo de incentivar a cultura e sem fins lucrtivos. Achei bacana na postagem de vocês também que deu pra ver que vocês realmente se empenharam na produção e apuração! Particularmente, acho que seria legal comparar produções de outros coletivos... Mas enfim, todos os projetos dão margem pra várias abordagens diferentes. Imagino que o contato com produtoras maiores seja mais complicado, até mesmo pela abertura na hora de fazer visitas. Boa sorte pra vocês nesses contatos! Se vocês conseguirem visitar a Malab vai ser muito bom! Como a Bruna disse, é uma produtora que produz muitos shows bons (e grandes) em BH!
ResponderExcluirMeninas, gostei muito do tema que vocês escolheram! Acredito que todo incentivo a cultura é de suma importância e achei muito legal a iniciativa do Coletivo e o modo que eles adotam para realizar os eventos de Lagoa Santa . Além disso, a escolha de vocês de acompanharem uma empresa grande no processo de produção, será muito interessante, pois apesar de as duas organizações terem o objetivo comum de trazer coisas bacanas para seu público, ambas enfretam problemas distintos nas execuções de seus eventos, ponto que acho super legal de ser analisado! Estou curiosa para o próximo post!
ResponderExcluirAdorei! Os paralelos a serem estabelecidos serão extremamente importantes para as próximas escolhas profissionais de vocês, meninas!
ResponderExcluirMuito bacana saber mais sobre a parte operacional de um evento, seja ele de pequeno ou de grande porte. Entender de organização e de produção contribui para a formação de qualquer jornalista! Nesse processo, é fundamental também elaborar suas críticas à area de produção cultural mineira. Não só críticas comparativas, como consta na proposta do trabalho, mas críticas em relação ao mercado.
Aguardo o próximo!
Meninas, também tenho muito interesse em produção cultural e achei a proposta de vocês ótima. Adorei as fotos também. Só acho que vocês poderiam se aprofundar um pouco mais. O coletivo conta com poucos recursos mas mesmo assim tem gastos. Da onde vem o dinheiro? Eles trabalham com Lei de Incentivo? Como se dá a parceria com o Fora do Eixo? O que é o Fora do Eixo? Além disso, ainda que o trabalho seja voluntário, acredito que uma entrevista mais aprofundada com um dos membros do coletivo talvez revelaria outras motivações para o trabalho além de 'agitar a cultura da cidade' (às vezes pegar experiência, fazer contatos no meio cultural, etc).
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