por Eduarda Rodrigues
José Henrique Pires
Leonardo Vieria
Lucas Afonso Sepulveda
Dia 14 de Abril, às 16h
Jogo de Altético Mineiro x Caldense [M]
no Bar e Boi, da Avenida Fleming [PAMPULHA]
Eram três televisões dispersas no bar cheio, porém não lotado. O BAR E BOI não aparentou ser frequentado por um público que deseja ver os jogos, embora haja um telão no local. Conforme foi dando o horário do jogo (16h), o lugar esvaziou consideravelmente. Poucos estavam vestidos com uniformes do Atlético, mas nem mesmo esses demonstravam muito interesse na transmissão da partida, assim como os clientes que chegaram e saíram durante a exibição do jogo.
Pôde-se observar que em apenas três das cerca de vinte mesas haviam clientes interessados no jogo. O restante da clientela, que somavam uns dez, não mantinham muita atenção na partida, raramente olhando para o televisor. Eles não demonstraram nenhuma reação mais explícita ao jogo, principalmente durante o gol do Atlético, quando se ouviu poucas palmas de mesas próximas ao monitor.
Havia uma placa no estabelecimento que sinalizava que ali eram transmitidos os jogos da Libertadores, além de um telão do lado de fora. O bar, portanto, não é uma referência para o Campeonato Mineiro.
Dia 16 de Abril, às 19h30
Jogo de Cruzeiro x Nacional de Nova Serrana [M]
na Churrascaria e Pizzaria da Praça, na Praça Raul Soares [CENTRO]
Estavam presentes Eduarda Rodrigues, José Henrique e Leonardo Vieira.
O jogo foi em um dia da semana totalmente atípico: terça-feira. Em um horário também bastante incomum: às 19h30, justamente no período de maior tráfego, dificultando nosso deslocamento para a região central. A churrascaria fica localizada em um ponto de concentração homossexual belo-horizontino e o bar é conhecido por seu público diversificado.
Consideramos a possibilidade de que os torcedores nos bares pudesse estar em número reduzido no dia, já que a partida acontecia no Mineirão e alguma parte dos frequentadores pode ter optado por assistir ao jogo no próprio estádio.
Quando o grupo todo finalmente se reuniu, o jogo já havia começado a cerca de vinte minutos, tempo suficiente para o Cruzeiro abrir o placar e marcar três vezes. O número de telespectadores não passava de trinta, a maioria bem mais interessado na cerveja ou nos petiscos, uma vez que o time mineiro estava ganhando com uma boa diferença.
Dois grandes televisores transmitiam a partida pelo canal pago Premiere FC. O jogo se encerrou de maneira calma e sem muita alteração dos torcedores presentes, que comemoravam de maneira bem discreta o resultado que manteve o Cruzeiro líder do Campeonato Mineiro. Os garçons, inclusive, pareciam conhecer algum dos frequentadores que estavam ali e se sentiam a vontade para comentar o resultado do jogo.
Dia 16 de Abril, às 19h30
Jogo de Cruzeiro x Nacional de Nova Serrana [M]
no Rococó Lanchonete, da Avenida Getúlio Vargas [SAVASSI]
Das quinze mesas que haviam na calçada do Rococó, no máximo seis ou sete estavam ocupadas, e nunca por mais que duas pessoas. Eu sento e peço o cardápio. A televisão é grande e está virada para os clientes, de um jeito que todos conseguem assistir ao jogo sem ninguém ficar na frente de ninguém. A transmissão é do canal Premiere FC, em alta definição, mas isso não parece ser muito relevante pras sete pessoas que decidiram ficar sentadas ali e consumirem, pelo menos, uma cerveja.
Três homens estão na minha frente, cada um em sua própria mesa, todos próximos um ao outro. Um deles se identifica como o dono do bar. Eles discutem em voz alta sobre o futuro do Campeonato Mineiro, momentaneamente interrompendo a conversa para ver se o Cruzeiro vai ou não vai fazer o gol. Um casal idoso assiste ao jogo silenciosamente a minha direita, enquanto um homem, com roupa do trabalho, assiste ao jogo a minha esquerda, também sem participar da conversa ali.
Do início ao fim do segundo tempo, o trio deve ter consumido de cinco a sete garrafas de Brahmas. Essa média de uma garrafa e meia por pessoa a cada tempo de jogo parece ser válida para as outras pessoas sentadas no bar. Fora a clientela, uns cinco indivíduos pararam pelo bar e permaneceram em pé para assistir ao jogo. Dois deles decidem sentar nas mesas mais distantes da TV, sem consumir nenhuma bebida, mas o dono do bar parece não dar importância. Já os garçons dividem sua atenção entre a partida e os pedidos.
Em comparação aos outros bares da Savassi que estão transmitindo o jogo do Cruzeiro, o Rococó está praticamente vazio. No entanto, a conversa dos três homens possibilita os demais clientes a ter uma experiência expandida da transmissão do jogo de futebol na tela. Os que estão sozinhos na mesa, os passageiros e os casais sentados ali estão recebendo não só o conteúdo transmitido no monitor, mas a análise, a opinião e o discurso daqueles três desconhecidos que acabaram como comentaristas de futebol de bar.
Gostei bastante do primeiro post de vocês! E, apesar de não saber se foi intencional ou não, ficou bem estruturada essa primeira postagem apenas com bares os quais não possuem um público muito identificado com jogos de futebol. Acredito que, talvez, o próximo passo seja ir justamente naqueles de mais movimento, pra que vocês possam fazer um contraste legal. Sugiro os bares da Francisco Sá, no Prado. Acho que, mesmo em jogos mais monótonos, nunca vi aquilo ali vazio e sem gritaria. Esperarei ansiosa pela próxima postagem e aconselho que nas próximas visitas vocês interajam com as pessoas para ver o que acontece. Acredito que isso possa render boas histórias.
ResponderExcluirAchei muito boa a forma como vocês descreveram cada visita. Detalharam e contextualizaram tudo que ocorreu antes, durante e depois de cada jogo nesses bares. Porém eu penso que vocês acabaram escolhendo os jogos errados, haja vista que as partidas da primeira fase do campeonato mineiro, tanto para Atlético, como para Cruzeiro são praticamente amistosos. Nessas partidas é muito difícil que exista uma mobilização seja de amigos, seja dos próprios bares, para verem os jogos e vibrarem com os resultados e assim é difícil se tirar uma conclusão sobre as torcidas de times de futebol nos bares. Vocês poderiam, por exemplo, ter acompanhado a partida entre São Paulo X Atlético que ocorreu na quarta dia 17 de Abril, válida pela Libertadores da América. Nesse caso eu tenho a convicção que os bares ficaram mais cheios e que os atleticanos tenham ficado bastante nervosos ao final da partida.
ResponderExcluirA forma como descreveram a experiência das visitas foi muito bacana e deixou a leitura bem leve e agradável. Acredito que tanto a escolha dos bares, quanto a escolha dos jogos influenciaram nos públicos que estavam presentes em cada local e na reação que expressavam. Se for possível uma interação, tanto com os outros clientes quanto com os atendentes, com certeza acrescentará bastante aos relatos de vocês.
ResponderExcluirGostei muito do post de vocês e do ponto de vista que o grupo assumiu perante a esse comportamento dos telespectadores. No entanto, como o Pedro e a Marina disseram, acredito que o número reduzido de torcedores possa estar relacionado ao local e aos jogos que foram acompanhados. Seria interessante se o grupo pegasse algum estabelecimento com tradição na trasmissão de partidas ou algum jogo mais cotado pelos torcedores. No mais, percebi que muitas pessoas vão aos bares muito mais pelo ambiente e pelas companhias do que pela própria partida! Estou ansiosa pelo próximo post!
ResponderExcluirPessoal, achei muito interessante o tema e a forma de abordagem do grupo! O fato de vocês fazerem as visitas em grupos diferentes deve alterar a percepção do cenário, achei bem bacana que vocês optaram por fazer dessa forma. Concordo com o Pedro, procurem alguns jogos que "valem" mais, nos quais as torcidas terão um envolvimento maior. Acho que dessa forma vocês conseguirão encontrar reações mais efusivas. Vocês ainda tem o plano de visitar bares que são tradicionalmente frequentados pela torcida de um só time? Acho que também renderia uma experiência bacana!
ResponderExcluirAchei muito interessante e gostei muito da postagem. Existem muitos bares onde é possível perceber o futebol no telão como plano de fundo, como uma música ambiente. Gostei muito em especial do relatório do último bar. Duas coisas me chamaram atenção nesse relatório: 1. A relação das pessoas no bar entre si. Mesmo sem se conhecerem, conversam como se estivessem combinado de irem juntos para o bar. 2. Os comentaristas dos bares. Em todos os bares que eu já fui em dias de jogos esse personagem sempre apareceu e, de fato, o público sempre consome esses comentários que estão para além do jogo.
ResponderExcluirAchei muito interessante e divertido o trabalho de vocês, minha sugestão é que vocês antes do jogo realizem uma pesquisa sobre a importancia de cada partida, pois cada uma tem um peso diferente. Os jogos do campeonato mineiro, por exemplo, contra times do interior do estado tem menos importancia comparados aos jogos do Atletico na Libertadores. Talvez seria interessante tracar um paralelo nessas diferentes circustancias.
ResponderExcluirOlá pessoal, muito obrigado pelas sugestões :)
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