Na segunda semana de abril entramos em contato com as revistas Viver Brasil e Encontro, com o objetivo de agendar uma visita às respectivas redações. Ao contrário do que esperávamos, ambas marcaram o encontro para a semana seguinte, alegando que estariam com mais tempo disponível, e que nas próximas semanas não poderiam nos conceder muita atenção, fato que nos fez antecipar a programação que havíamos planejado para o projeto.
Visita à revista Viver Brasil: fomos, no dia 17/04/2013, na revista Viver Brasil com escritório situado no shopping Serena Mall, na saída para Nova Lima. O local é de difícil acesso, assim como o escritório da revista Encontro, e só conseguimos chegar a tempo, porque fomos de carro.
Fomos recebidos pela Maria Eugenia, chefe de redação, que nos abordou sobre o que queríamos saber. Após explicar o que é o Projeto BI e qual a nossa intenção, ela nos apresentou a redação, uma sala grande, bem clean, com aproximadamente 10 pessoas em seus computadores. O escritório transmite uma ostentação incômoda com suas paredes brancas e paredes de corredor cheias de obras de arte. Apesar da beleza do lugar, ele parecia engessado.
Depois dessa primeira impressão, fomos levados na sala de edição gráfica, uma sala bem pequena onde os três profissionais que cuidam da parte gráfica ficam. Nesse momento, fomos informados como funciona a diagramação da revista, quais são os elementos gráficos principais e também tivemos acesso às diversas edições da revista, incluindo as especiais. A equipe de arte foi muito solícita e tirou todas as nossa dúvidas.
Por fim, Maria Eugenia nos levou a uma das salas de reunião e pudemos conversar sobre como a revista funciona, ou seja, como são as reuniões de pauta, a periodicidade delas, como é o desenvolvimento das matérias a partir da elaboração da pauta, entre outras questões
Visita à revista Encontro: fomos, no dia 16/04/203, na revista Encontro, situada (teoricamente) na rua Haiti, 176, 3ºandar, no bairro Sion. Após muita confusão relativa ao endereço, Neide Magalhães, uma das duas editoras-chefes, nos recebeu no horário combinado. De cara, ela perguntou sobre nosso curso, o período que cursávamos e o interese na revista (o que desejávamos saber e com quem queríamos conversar).
Após falarmos para Neide o que pretendíamos com nosso projeto, ela começou a apresentar a revista. Durante uns cinco minutos ela não nos deu muitas brechas para perguntas e disse que estava esperando uma sala de reuniões vagar para que pudéssemos conversar mais à vontade. Quando tivemos a disponibilidade de usar a sala, ficamos aproximadamente cinquenta minutos nela, fazendo perguntas e ouvindo o que a editora tinha a dizer. Logo depois, ficamos mais 15 minutos em conversa com Edmundo Serra, Editor de arte e principal responsável pelo atual projeto gráfico da revista. Edmundo nos disse como a revista pensa a sua identidade e quais elementos são elencados graficamente (cores, tipografia, infografia, etc).
As visitas a ambas revistas tiveram semelhanças. A dificuldade de acesso é comum às duas, uma vez que o escritório da Encontro localiza-se numa rua de números fora de ordem e o da Viver Brasil é em Nova Lima. Com relação ao contato com as revistas, não houve muita dificuldade, uma vez que fomos atendidos muito solicitamente pelo telefone nos dois casos.
No geral, a experiência das visitas foi proveitosa e esclarecedora. Foi interessante conhecer as redações e ver como todos os elementos de redação e arte se juntam para formar um veículo real, que nos é distribuído.
Para o próximo relatório, buscaremos desenvolver nossas percepções acerca do projeto editorial de ambas e tentar uma análise crítica comparativa.
Impressões
Nathália Alcântara: Ao chegar lá (Viver Brasil) senti aquela vergonha inicial, aquela falta de jeito. Eu e o grupo tivemos uma ótima conversa com a equipe de arte, vimos edições antigas, inclusive edições especiais como a Fashion (revista de moda), e conhecemos um pouco mais do processo criativo. Definitivamente foi a melhor parte da visita, descontraida. A sala da redação mesmo era bem mais “sem graça”. Pessoalmente achei o ritmo de produção muito mais tranquilo do que eu imaginava: os repórteres tem cerca de 15 dias para fazer sua matéria, e se ela cair durante o processo outra está na “gaveta”. Imaginei que teria mais interesse em trabalhar nesse tipo de empresa, mas talvez pelo perfil da revista (mais light, muito focada em Minas Gerais e com pouquíssimas hard News) meu interesse não foi muito grande.
Ana Luiza Pio: Minha primeira impressão da revista (Encontro) foi de que ela parece ser fechada e muito sensível com relação à sua história e conexão com o dono da Viver Brasil. A editora diz que a publicação se define bem quanto à linha editorial, mas as matérias abordadas abrangem tamanha diversidade de assuntos que é difícil reconhecer a forma com que foram agrupadas.
Já o escritório da Viver Brasil não me pareceu nem um pouco prático ou acomodante. Não tive a impressão de haver naquele espaço maleabilidade alguma, seja decorativa ou de escrita. De periodicidade quinzenal, confere menor prazo à redação, aí se diferenciando da Encontro. Em compensação, o volume de matérias é menor e parece ser mais bem definido, apesar da afirmação da Encontro de que sua linha editorial definidíssima a diferencia da concorrência.
Apesar da percepção do processo produtivo, tenho que dizer que nenhuma das revistas me pareceu uma oportunidade profissional atrativa. O estilo de jornalismo desenvolvido por elas é algo muito menos próximo da prática que imagino pra mim, pautada na produção de boas matérias de assuntos realmente relevantes. Ou talvez o que tenha me desinteressado seja o estilo “coluna social” que ambas as revistas desenvolvem
Pedro Lucchesi: Gostei da experiência de visitar a redação das revista e escutar como que quem faz a revista no dia a dia da redação pensa sobre seu produto e trabalho. Conhecer a sede física das redações, a meu ver foi também entender um pouco mais sobre as publicações. Quando a editora-chefe da Encontro diz que o diferencial da revista é ter um projeto editorial bem definido, fiquei confuso, afinal quando li a revista, a única coisa que entendi é que ela não é factual e que Minas Gerais e, especialmente Belo Horizonte, são a oitava maravilha do mundo.
A chefe de redação da Viver Brasil disse que sua revista se diferencia da Encontro, por ter um pouco mais de conteúdo factual, o que é permitido, entre outros fatores, por ser distribuída quinzenalmente. Essa foi uma questão que realmente diferencia as revistas, mas esse conteúdo factual da Viver Brasil, é pensado, a meu ver, principalmente para o que o público da revista quer ler, ao invés de escutar as diferentes vozes que permeiam um assunto.
Críticas a parte, fomos muito bem recebidos e não ficamos sem resposta para nossas perguntas.
Pedro Lucchesi: Gostei da experiência de visitar a redação das revista e escutar como que quem faz a revista no dia a dia da redação pensa sobre seu produto e trabalho. Conhecer a sede física das redações, a meu ver foi também entender um pouco mais sobre as publicações. Quando a editora-chefe da Encontro diz que o diferencial da revista é ter um projeto editorial bem definido, fiquei confuso, afinal quando li a revista, a única coisa que entendi é que ela não é factual e que Minas Gerais e, especialmente Belo Horizonte, são a oitava maravilha do mundo.
A chefe de redação da Viver Brasil disse que sua revista se diferencia da Encontro, por ter um pouco mais de conteúdo factual, o que é permitido, entre outros fatores, por ser distribuída quinzenalmente. Essa foi uma questão que realmente diferencia as revistas, mas esse conteúdo factual da Viver Brasil, é pensado, a meu ver, principalmente para o que o público da revista quer ler, ao invés de escutar as diferentes vozes que permeiam um assunto.
Críticas a parte, fomos muito bem recebidos e não ficamos sem resposta para nossas perguntas.
Pessoal, achei ótima a preocupação de vocês em abordar o ambiente em que são redigidas ambas as revistas. Ao me deparar com a descrição do espaço: "O escritório transmite uma ostentação incômoda com um suas paredes brancas e paredes de corredor cheias de obra de arte" pensei como ela se distingue de um estereótipo clássico de redação jornalística, em que a grande quantidade de cinzeiros, papeis amontoados e uma grande quantidade de rascunhos inacabados a ressoar no estresse dos profissionais locais.
ResponderExcluirFiquei bastante curiosa para saber mais detalhes sobre a conversa que tiveram com a equipe de arte e gráfica da Viver Brasil. Parece que a Revista possui muita preocupação como essa área e essas informações poderão ser útil para compreendê-la como um todo nas análises seguintes. De forma semelhante, o que foi apontado pelo Edmundo sobre a relação da relação entre a produção gráfica da Encontro e a identidade da revista também constitui uma informação importante para se entender a produção em nível geral.
Enquanto lia, fiquei pensando se algum dos entrevistados por você abordou algo relativo ao contexto jornalístico de Belo Horizonte e como ele interfere na escolha da linha editorial desse grupo. Bem, é isso!
Gostei demais da proposta de vocês, e espero os próximos relatórios para saber mais sobre o processo de produção de cada uma das revistas.
ResponderExcluirAchei bem interessante o fato de o espaço físico das redações, principalmente da Viver, ser quase uma espécie de metáfora para suas linhas editoriais.
Percebi nas impressões de vocês que a ideia que cada um tinha de como seriam as redações foi bem descontruída no momento da visita, e parece tambpem que vocês ficaram um pouco decepcionados em alguns aspectos. Acho que depois, quando vocês aprofundarem sobre a rotina de produção, vai ser legal ver os relatos do que não agradou vocês, mas também daquilo que acharam interessante. Acho que a parte gráfica vai ser uma dessas, né?
Vocês sabem como é a relação como anunciantes? As revistas teriam condições de se manter sem eles ou na hora do fechamento uma matéria pode cair pra um anúncio entrar no seu lugar?
Ah! Outra questão: como vocês sentiram que a fala das editoras posiciona as revistas? Como um produto que o público aguarda as publicações todo mês/quinzenalmente, ou como revista de sala de espera de dentista? (Acho beeem difícil ser a segunda hipótese, mas é interessante constatar como quem produz encara - ou vende - a recepção).
Até!
Olá pessoal! Gostei muito da primeira postagem. Parabenizo o grupo pela a grande oportunidade de ter podido realizar visitas às duas revistas. De alguma forma tal fato irá adiantar a definição e o aprofundamento de abordagem no projeto, já que vocês puderam imergir nos locais onde elas são produzidas. Outro ponto interessante foram as observações dos locais físicos e das localizações onde elas são produzidas. Esse fator pode influenciar na produção das próprias revistas, tendo como base projetos e conceitos de design de interiores e de arquitetura. Talvez pode ser até algum ponto a ser explorado, de forma mínima, no projeto? Por fim, fiquei muito feliz pelo fato de que essas visitas influenciaram as expectativas profissionais de alguns de vocês.
ResponderExcluirAté a próxima postagem! Parabéns!
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirMuito legal gente, confesso que antes de ler o post de vocês, ainda não tinha parado pra pensar no espaço fisico de uma redação de revista , e as impressões advindas desse espaço .
ResponderExcluirA partir dessa reflexão comecei a indagar as influências que isso pode ter no produto final e a relação do profissional com esse espaço.