O grupo passou por algumas dificuldades de planejamento e não conseguiu publicar a postagem passada a tempo, por isso, postaremos as duas publicações de uma vez.
Primeira Postagem:
Desde que escolhemos como tema do projeto a análise e comparação dos Jornais Super Notícia e Aqui, começamos as pesquisas via internet para captar as informações que nos conduziria ao trabalho.
O grupo foi surpreendido com a dificuldade de encontrar dados sobre o Aqui que, se quer, está presente nas redes sociais. Ele possui apenas uma página dentro do site do Diários Associados, disponibilizando as principais manchetes e capa do dia, mas requerendo um cadastro de assinante dos serviços da empresa para ter acesso a mais informações.
Então, recorremos ao contato via telefone que posteriormente nos indicou o contato via email. Não obtivemos sucesso na marcação de visita por a agenda estar lotada até Julho e a dificuldade continuou com a falta de retorno.
Estes fatos fizeram com que tivéssemos de mudar o cronograma novamente e exibir nesta postagem a análise apenas do Super que nos possibilitou ter acesso às primeiras capas do jornal, sua história e a retirar dúvidas.
Uma
breve história do sucesso do Super
O jornal Super Notícia começou a circular no dia 1º de maio de 2002. O idealizador da publicação foi o empresário Vittorio Medioli, proprietário da Sempre Editora, que edita também o jornal O Tempo e os semanários Pampulha, O Tempo Betim, O Tempo Contagem e a Revista SuperTV. O Tempo foi lançado em 21 de novembro de 1996, direcionado para o público A e B. O Super foi criado para atingir o público C/D/E já que em Minas não havia publicações direcionadas para este segmento. Para atender a esse público, o Super apostou na forma tabloide e no conteúdo popular com textos mais curtos.
O jornal foi lançado sem campanha de marketing. A tiragem e a distribuição eram modestas. Em novembro de 2004, o Super se filiou ao Instituto Verificador de Circulação (IVC). Naquele mês, a média diária de venda do jornal chegou a 6.759 exemplares/dia (que colocou o jornal na posição 54ª entre os 57 jornais auditados nacionalmente pelo IVC). A Folha de SP era líder do ranking do IVC, com média de 304.389 exemplares/dia.
Em meados de 2005, o Super chegou a uma venda média diária de 9 mil exemplares. Em outubro, do mesmo ano, com a chegada ao mercado do jornal Aqui, concorrente direto do Super, o tabloide da Sempre Editora foi reformulado. O resultado foram recordes de venda a cada mês. Em janeiro de 2006, ao superar a média diária de 75 mil exemplares vendidos, o Super bateu o Estado de Minas - que durante décadas era o jornal de maior venda no Estado. Chegou o ano com média de 135.217 exemplares vendidos diariamente (em 8º lugar no ranking do IVC),
Em 2007, o Super continuou crescendo e bateu a Folha em alguns meses, fechando o ano em 5º no ranking – com 238.611 exemplares/dia. Em abril de 2008, bateu o recorde de 317.599 exemplares vendidos por dia, e fechou o ano em 2º no ranking (com média de 303.087). Em 2009, o Super também foi o 2º no ranking nacional do IVC: 284.436 exemplares.
Em 2010, o Super se tornou o jornal mais vendido do Brasil. Fechou o ano em 1º lugar no ranking do IVC, com 295.701 exemplares/dia. O êxito se repetiu em 2011, e o Super fechou o ano em 1º no ranking com média de 300.237 exemplares. O mesmo aconteceu em 2012. O Super fechou o ano na liderança com média de 306.365 exemplares/diários. No mês de julho o jornal bateu novo recorde, com média de 330.898 exemplares. Apenas no dia 2 de julho, o Super vendeu 354.814 jornais.
A tendência continua em 2013. O Super continua liderando com mais de 300 mil exemplares vendidos em média a cada dia.
Rogerio Mauricio trabalha na redação do Super há 8 anos e foi quem
respondeu nossas perguntas:
1. A que se deve tamanho sucesso do Super?
Não temos uma resposta simples. O sucesso do Super se deve a uma série de fatores: conjuntura econômica; grande massa de pessoas que não tinham hábito de leitor nem acesso a uma publicação diferenciada; projeto gráfico, formato e conteúdo atraentes; preço baixo; boa distribuição; promoções; prestação de serviço, etc.
2. Como foi a criação e o lançamento do jornal?
O Super foi criado pelo empresário Vittorio Medioli. Ele pensou no formato, no nome do jornal e fez o lançamento do Super no dia 1º de maio de 2002 sem qualquer campanha publicitária e sem estardalhaço. Só a partir de 2004, o jornal começou a crescer, ainda que timidamente. Com a concorrência do Aqui, no final de 2005, o Super decolou.
3. De quem foi a ideia de se criar um jornal em formato tabloide e direcionado às classes C e D?
A ideia foi do dono da Sempre Editora, que já tinha outros três jornais: O Tempo Betim e o Pampulha - semanários gratuitos - e O Tempo - jornal diário segmentado para o público A/B. A ideia era alcançar a grande massa de leitores que não liam nenhum jornal.
4. Mudanças editoriais e estratégias para fidelizar os leitores.
Desde que foi criado, o Super passou por algumas reformulações. A primeira, em 2004, teve ênfase no visual; foi quando mudou o projeto gráfico e incluiu a foto de uma mulher na capa. Em outubro de 2005, houve nova reformulação, mas, principalmente, na parte editorial. A partir daí, o Super promoveu várias promoções que ajudaram a fidelizar os leitores. Em julho de 2009, houve a último reformulação gráfica do Super, que passou a ter o visual atual. Desde então, sempre estamos agregando novos conteúdos para melhor atender ao leitor.
5. Qual critério para a seleção de notícias? O Super é um jornal sensacionalista?
O critério é jornalístico. Entra no jornal o que é relevante, o que é notícia. Claro que o Super não é sensacionalista. Não inventamos notícia, não expomos entrevistados, não divulgamos imagens constrangedoras e que chocam. O que as pessoas pensam ser sensacionalista, muitas vezes, são as matérias sobre violência, que são muito fortes. Mas é o nosso cotidiano e as pessoas querem saber do que está acontecendo em seu redor. Além das notícias de Minas, Brasil e do mundo, incluindo esporte, o jornal tem muita prestação de serviço, entretenimento, humor.
Segunda Postagem:
Análise da capa
Analisamos exemplares de outubro de 2008, antes da reformulação e de outubro de 2012 para evidenciar o que mudou na última reformulação, apontada pelo veículo.
As capas de outubro de 2012 trazem menos assuntos.
Além disso, os assuntos estão mais bem organizados e separados por box, dando
um aspecto mais moderno. As paginas aparecem em fonte colorida em continuidade
com o texto do subtítulo. A manchete ocupa menos espaço, cerca de um
quarto ou um quinto da página, e não é mais sublinhada. Subtítulo aparece
sempre abaixo da manchete. A legenda das fotos aparece de forma mais
discreta com uma frase abaixo da imagem. O retângulo vermelho da cabeça do
jornal é mais vivo e inclui o preço e o código de barra. A cobertura do futebol
está unida e organizada na capa em um mesmo box.
As diferenças se limitam a forma, pois as
prioridades do jornal se mantem. As promoções do jornal ocupam toda a parte
inferior do jornal e o canto esquerdo, ao lado da cabeça do jornal. Os assuntos
da capa são comuns aos dois períodos: futebol, crimes bárbaros ou inusitados e
mulheres (de projeção nacional, internacional ou local).
Muito bacana conhecer a história do Super e descobrir que a entrada do concorrente Aqui alavancou as vendas do primeiro tabloide para classes c/d/e em Belo Horizonte. As capas sofreram uma mudança muito grande desde o seu surgimento. Vocês farão a visita ao Super?
ResponderExcluirNossa, a diferença das capas é mesmo gritante. Muito bom vocês terem postado essa comparação. Pena o Aqui não ter dado o retorno esperado. Bom trabalho pra vocês!
ResponderExcluirCom relação a primeira parte da primeira postagem, posso dizer que achei muito bom o histórico feito pelo grupo, muito bom ver os dados sobre as vendas do jornal ano a ano. Só fiquei com uma dúvida na frase: "Em 2007, o Super continuou crescendo e bateu a Folha em alguns meses, fechando o ano em 5º no ranking". Isso significa que a Folha ficou na 6ª colocação?
ResponderExcluirLegal pensar que muitas vezes a concorrência é bem vinda, rs.
Achei a proposta de incluir a entrevista boa. Além de entender o posicionamento de quem vive o jornal, fiquei com a impressão que deixou a postagem atraente e com uma dinâmica muito legal.
No caso da segunda postagem, gostei das imagens fornecidas e da análise, mas acho que faltou falar da capa do Super de 2002, afinal como vocês tinham a imagem, seria interessante.
Achei os dois posts ótimos, gostei muito do conteúdo e da forma, da contextualização e das comparações.
Em primeiro lugar, achei impressionante o dado do crescimento na distribuição do Super, que passou de 9 mil exemplares em 2005 para mais de 300.00 a partir de 2011. Deve-se levar em conta que o Super apareceu como um produto inovador pelo menos em BH e tem como chamariz o precinho camarada, mas o primeiro post de vocês chama a atenção de que por trás disso há toda uma estratégia jornalística e publicitária de formato, capas e cores. Sugiro até que vocês aprofundem um pouco mais na discussão desse "formato que deu certo", dando a opinião do grupo. Com o perdão do trocadilho, achei super interessante a mudança no design das capas de 2002 para as de 2008 e 2013. Fica claro nessa comparação que a editora investiu pesado para criar ou encontrar o formato ideal para o apelo do jornal. Não sei se é o próposito, mas gostaria de saber a visão de vocês sobre o tablóide.
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