terça-feira, 14 de maio de 2013

RELATÓRIO #2 – A produção do "Bastidores"


Na quinta-feira (09/05) fizemos uma visita à radio Itatiaia. Tivemos a oportunidade de assistir ao vivo o programa Bastidores de dentro do estúdio. Antes do início da transmissão, fomos recebidos pelo Sr. Carlos Sevidanes, produtor do programa Bastidores, com quem tivemos uma breve conversa. Em poucos minutos, Sevidanes nos relatou alguns pontos sobre a rotina do programa. Alguns pontos chaves da conversa serviram para esclarecer algumas dúvidas, como por exemplo a composição da pauta. Como todo programa jornalístico, o que será apresentado durante o programa é planejado antes. Planejam matéria e convidados, porém diferente de muitas atrações midiáticas, não há nada escrito nem plenamente definido. E esse planejamento não impede que o programa mude totalmente de direção, possibilitando reconfigurações se algo extraordinário ocorrer. A equipe do programa ,apresentador, comentarista e produção se reúnem meia hora antes do início do programa, para definir os rumos da edição do dia.
Grupo no estúdio do programa com o comentarista Cadu Doné (primeiro à esquerda) e  o apresentador João Vitor Xavier (centro)
Claro que a conversa não foi assim tão fácil , com ele (Sevidanes) já respondendo tudo que queríamos saber de cara, mas isso acabou sendo muito bom para o andamento de nosso trabalho, pois antes de termos respondidas algumas de nossas questões, recebemos algumas dicas jornalísticas do tipo: "jornalista esportivo não têm time”, além de ouvirmos alguns comentários em torno de ética e proatividade na profissão e afins. Um que chamou nossa atenção foi o caso em que Sevidanes, presente no treino do Villa Nova em véspera de decisão do Mineiro de 97, presenciou uma briga entre jogadores. O técnico do Villa o implorou para que ele não noticiasse, mas Sevidanes afirmou que havia visto aquilo e que seu dever era dar a notícia.

No decorrer da conversa, Sevidanes fez questão de deixar claro o que já havíamos comentado no post anterior. Ele disse que “o formato do programa é diferente do outros programas”. Comentou também que o programa Bastidores (20hr) que acontece depois do programa Turma do Bate Bola (18hr), funciona muitas vezes  como uma continuação da notícia ,tratando um mesmo tema anteriormente noticiado de forma mais detalhada.

Já no estúdio com o programa no ar, conseguimos presenciar os esforços da produção em apurar um fato muito importante para o futebol mineiro. Paulo Schettino, ex-presidente da Federação Mineira de Futebol (FMF) havia acabado de ser deposto do cargo, um fato que ocorreu nos bastidores do esporte e têm grande influência nos acontecimentos do campeonato mineiro, que teria seu primeiro jogo da final em menos de 3 dias.

Sevidanes e a equipe de produção tentavam de diversas maneiras o contato com o Schettino a fim de colocar a palavra do presidente da FMF ao vivo no programa. O objetivo era dar palavra as duas partes, o presidente deposto e o responsável por essa deposição. Porém isso não foi possível, e o programa prosseguiu e tomou outro rumo, após ter noticiado esse fato e entrevistar o advogado responsável pela deposição de Schettino.

Após nossas impressões in loco e a conversa com o produtor do programa foi possível concluir então que a produção do Bastidores é importante mas que é para quem está acostumado com o "hard news". Esse programa que presenciamos é o exemplo claro disso pois um fato ocorrido 2 horas antes do início do programa teve grande importância em seu noticiário pois se tratava de algo relevante. Isso significa que o Bastidores tenta delimitar uma linha a se seguir antes do programa, porém se algo relevante acontecer a prioridade é a notícia.


10 comentários:

  1. Vejo que esse encontro possibilitou importantes descobertas a vocês, pessoal!
    A questão da dinamicidade das notícias exige realmente flexibilidade em relação a linha seguida pelo programa (como dito por vocês). Elencar prioridades é um desafio do jornalismo, penso que ainda mais quando se trata de jornalismo esportivo!
    Sorte de vocês o fato de Servidanes não ter dado respostas facilmente e obviamente. O trabalho principal de um jornalista é fazer com que o entrevistado diga o que sabe da melhor forma possivel. Para isso, é preciso saber o que perguntar e como perguntar!
    Ao longo do percurso, a "ingenuidade" dos estudantes vai indo embora...
    Gostei bastante!

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  2. Pessoal, foi muito bom ler o relato da visita de vocês. Entrar em contato com o programa na instância de sua produção é importante pra perceber muita coisa. Mas eu fiquei um pouco curioso sobre os critérios de "noticiabilidade", principalmente de acontecimentos relevantes que interrompem o roteiro prévio. Como vocês citaram um exemplo, eu fiquei pensando em quais outras notícias seriam importantes ao ponto de ter preferência. Talvez é por que eu não entenda de futebol, aí fiquei perdido (e olha que meu projeto é sobre futebol) Enfim, parabéns pelo trabalho do grupo :)

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  3. Olá pessoal! Essa postagem trouxe de forma estruturada como é "os bastidores" do programa radiofônico Bastidores, possibilitando entender um pouco mais sobre o funcionamento e estruturação da atração. Um ponto que me chamou a atenção foi a questão da reunião para definir o rumo do programa ocorrer 30 minutos antes de entrar no ar. Esse aspecto pode trazer a seguinte questão: mesmo sendo um programa do tipo "hard news", será que eles tem assuntos guardados já preparados para entrar no ar a qualquer momento? Parabéns pela postagem!

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  4. Adorei o post. Parece que a visita foi bem produtiva!

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  5. Bacana você terem feito a visita e mais legal ainda foi a oportunidade de ter assistido ao programa ao vivo! Dá pra ver que vocês gostaram. Vocês acompanharam também a reunião da equipe meia hora antes do programa ir ao ar? Porque acho que seria interessante detalhá-la um pouco mais.
    Achei muito bom o post.

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    1. Infelizmente não, só pudemos entrar depois dessa reunião.

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  6. Que bacana que vocês conseguiram participar do programa ao vivo! Ver tudo acontecendo é uma experiência a parte, não é? O que me chama muito a atenção no jornalismo, principalmente no hard news, é essa condição viva em que tudo pode acontecer a qualquer momento. Achei interessante o relato do episódio entre o Sevidanes e o técnico demitido; isso nos faz pensar mesmo na ética jornalística e o compromisso com a notícia, até que ponto noticiar está acima de toda e qualquer circunstância? Só tenho uma reclamação a fazer... A foto de vocês no estúdio está tão legal, mas tão pequena! Hahaha... Deem um grau aí!

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  7. Achei ótimo vocês terem assistido a um programa ao vivo (é sempre divertido, não é mesmo?!) e imagino que vá acrescentar muito ao projeto de vocês. Que legal vocês terem presenciado uma "bomba" e ainda o programa ter que mudar o seu rumo já que não conseguiu o que esperava. Gostei da postagem! Depois quero saber a opinião de vocês sobre jornalista esportivo não ter time.

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  8. Muito legal a visita de vocês, gente!
    Amo essa possibilidade que a gente tem de visitar vários veículos, ver como funcionam nos "bastidores" enquanto a gente ainda está na faculdade. A hora de aproveitar isso é agora. E essas visitas sempre rendem boas experiências pra gente, nos ajudam a ter um olhar diferente sobre a prática jornalística. Às vezes um olhar mais calejado, outras um mais idealista, mas quase sempre apaixonado sobre aquilo que a gente escolheu fazer.
    Pra quem gosta de hard news e esporte, pelo que vocês relataram, o Bastidores é um prato cheio! Correr atrás de fonte ao vivo deve ser uma adrenalina só!
    E essa história aí de que "jornalista não tem time", não sei se concordo tanto. É claro que no senso comum se tem essa ideia de que pra ser ético no trabalho, os profissionais que lidam com esportes não devem declarar seus times do coração, mas acho que dá pra torcer abertamente e se manter ético ao mesmo tempo. Um fator não exclui o outro. Acho até que admiro mais os profissionais que mantem uma postura ética em relação ao esporte e aos adversário enquanto todos sabem pra qual time eles torcem.
    Bom trabalho pra vocês!

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